Natália Dias

Sobre mim

​Para que você entenda um pouquinho mais da minha jornada, vou compartilhar alguns pontos de inflexão, de virada de chave que me trouxeram até aqui.

Sabe quando você lê algo / vê algo / ouve algo / e de repente acende um luzinha e tudo muda?
Com certeza já aconteceu com você.

Eu tive vários desses momentos, mas vou compartilhar exatamente três.
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⦁    Primeiro: o ano era 2004, eu estudava na faculdade de enfermagem. Minha professora de Psicologia I nos pediu para fazer uma análise da letra de uma música que falava sobre nossa percepção da realidade. E desde aquele momento eu soube que queria entender mais sobre psicologia. Você já passou por algo assim? É como uma ficha que cai. De repente eu sabia que não seria mais enfermeira como minha mãe, ia ser psicóloga. E fui ficando cada vez mais fascinada pela psicologia cognitiva que falava sobre as falhas na nossa percepção da realidade, então me especializei nessa área.
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⦁    Segundo: o ano era 2011, meu filho tinha poucos meses de vida e eu dividia meu tempo entre cuidar do meu bebê e estudar por conta própria. Encontrei um texto na internet de uma feminista famosa, Simone de Beauvoir, até então completamente desconhecida pra mim. Comecei a ler e desde o inicio tive certeza de que aquele texto tinha algo a dizer sobre mim. De repente, vejo o que era óbvio. Sabe a que me refiro? Um dia você se depara com algo que é seu, muito seu, e se pergunta como nunca percebeu isso antes. Me formei em Sexologia Clínica pra entender o impacto das questões de gênero na nossa sexualidade, me especializei em Gestão de Políticas de Gênero para entender esse impacto de forma coletiva, ingressei no Mestrado em Estudos Interdisciplinares sobre Mulher, gênero e Feminismo. E o feminismo se instalou na minha vida e na minha carreira como um ciclone.
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⦁    Terceiro: o ano era 2015, eu trabalhava atendendo mulheres vítimas de violências. E uma frase que ouvi de uma delas começou a ecoar na minha mente: "eu já entendo todo o meu padrão mental que me faz voltar para ele - o marido que a espancou - mas ainda assim não consigo encontrar forças para deixá-lo". Naquele momento me dei conta que trabalhar a mente cognitivamente pode não ser suficiente, que era preciso ir além. Foi então que comecei estudar Psicologia Sistêmica e integrar outros caminhos à psicoterapia. O que ampliou muito minha visão e alcance das intervenções que realizo.
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Meus três destaques acabam aqui. Veja:

O que acabei de fazer foi escolher alguns marcos da minha história e realçá-los para dizer quem sou, isso ajuda a ordenar o meu conceito de mim mesma, a moldar a minha identidade, mas no fundo não passa de uma narrativa.

Eu poderia ter escolhido duzentas outras combinações diferentes e, no entanto, escolhi esses três destaques. Fazemos isso todos os dias e é importante entender isso. Porque, acredite, isso muda tudo.
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E não, não estou falando em repetir frases motivacionais e tirar pensamentos negativos da sua mente, ou inventar a vida assim sem rima ou razão.

É um pouco mais complicado, menos intuitivo e infinitamente mais eficaz.
E é nisso que me proponho a te ajudar: quando você está no centro da sua vida você é capaz de contar sua história sob uma perspectiva mais real e menos dolorosa. E isso tem o poder de mudar tudo daí em diante!